“A VIDA SEM ÁGUA“
Esta foi a manchete estampada na capa da revista Época de dezembro de 2014, ilustrada pela fotomontagem de um camelo num deserto, junto a bebedouro com copos descartáveis, alimentado por garrafão de 20 litros, desses que vemos por aí.
O chamamento da manchete e sua ilustração me fizeram comprar a revista, para logo depois me sentir roubada, mais uma vez.
A matéria de sete páginas está longe de refletir o chamamento da capa, porque não aborda, com a clareza necessária, as responsabilidades com as causas da realidade hídrica enfrentada em todos os cantos do Brasil e do Planeta: este modelo econômico excludente, ignorante e hipócrita.
Basta fazer uma busca na internet, que encontrarem centenas de notícias relatando variadas situações de escassez, de impossibilidade de acesso, monopólios e de conflitos envolvendo a água.
Afinal, que imprensa é essa, que se vende por uma manchete, sem sustentação?
E a regulação do Setor etc etc etc??
A Carta de 8 de maio ao Juiz federal, contendo a análise do antes e o depois da instalação das Usinas Capim Branco por uma menina de 11 anos de idade. Foto: Terezinha Souto
Enfim, em 2002 ajuizamos uma ação popular contra o consórcio composto pelas empresas CEMIG, Camargo Correia, Comercial e Agricola Paineiras, Companhia Vale do Rio Doce e a Companhia Mineira de Metais.
As partes em confronto na Ponte do Pau Furado e a Policia, que sabia-se de que lado estava. Foto: Terezinha Souto.
Na ação popular discutimos os efeitos cumulativos dos empreendimentos Capim Branco I e II entre os Municípios de Indianópolis e Itumbiara (passando por Uberlândia e Araguari), a fraude do estudo de impacto ambiental (EIA-RIMA), a necessidade de conservação do Vale do Rio Araguari e, essencialmente, a necessidade de manter o seu último trecho de águas correntes, composto de 110 quilômetros, da UHE Miranda e ao remanso em Itumbiara.
A transparência do lado da Polícia Militar de Minas Gerais, que sequer registro um BO quanto a agressão ambiental. Foto: Terezinha Souto.
A liminar que proibia a construção desses empreendimentos vigiu um ano e foi cassado depois da sucessão de atos questionáveis, à exemplo do fato da Juíza (desembargadora) relatora do recurso de agravo POUSAR para fotografia ao LADO DE SEUS DEFENSORESE e de fazer constar no seu relatório, referência a documento que sequer existia no autos do referido recurso.
Esses fatos, assim como a exonerado de um servidor estadual responsável pelo relatório CONTRÁRIO aos empreendimentos, a tentativa da subseção da OAB em Uberlândia (por solicitação do Consórcio Capim Branco), de CASSAR MEU REGISTRO DE ADVOGADA e cercear minha atuação na referida ação e defenda dos interesses da atingida Romilda( uma mulher de 72 anos de idade, ameaçada por resistir à violência ambiental) FOI DEMAIS DA CONTA: uma violência sem mensuração.
O Fórum de Itabira. Terra de Carlos Drummond de Andrade, que traduziu na sua poesia, a mais profunda tristeza, por ver as montanhas de ferro da sua Cidade sendo transformadas em pó pela Vale do Rio Doce, comprometendo o respirar das pessoas pelo volume de pó lançado na atmosfera. A foto retrata a placa fixada no Fórum, contendo a informação de que a casa da Justiça foi reformada pela Vale do Rio Doce. Foto: Terezinha Souto.
A manutenção do último trecho de águas correntes do Rio Araguari tinha importância vital, dentre elas, a oxigenação da água, a manutenção de nascentes, córregos e olhos d´água.
Desde então, o DMAE já cogitava o projeto de tomada de água do Rio Araguari para abastecimento urbano. Mas, sem suas corredeiras, necessárias à oxigenação das águas, e sem que a nascente do Rio Araguari esteja integrada, oficialmente, ao Parque Nacional da CANASTRA, é evidente que a qualidade da água do Rio Araguari é duvidosa.
O entorno do Parque Nacional da Serra da Canastra foi invadido por monoculturas de eucalipto e pinus. Não há proteção efetiva do Parque, portando não há segurança hídrica. Foto: Terezinha souto em 2005.
Acreditamos que o DMAE – Uberlândia terá que articular muito para prevenir que a situação local não se assemelhe à de São Paulo e tantos outros lugares, onde a economia impôs o seu rítmo em detrimento do direito à vida.
Sem o desejo de ser livre, seremos sempre escravos do capital, da propaganda enganosa, da violação de direitos, do constrangimento, da opressão: cidadãos virtuais. Foto: A Garça em voo por Terezinha Souto.
“Não deixe nosso futuro secar”
À água, assim como o ar, o sol e a terra: ESSENCIAL!
Texto e fotos: Terezinha Souto. Janeiro 2015
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